terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Faltando Insulina Apidra

Já em dezembro, a atendente da farmácia nos avisou:
- Em janeiro vai faltar apidra solostar - e completou – no ano passado aconteceu isso também no mesmo período.
Ainda bem que compramos sempre no mesmo lugar a insulina e demais insumos, pois assim conhecemos o pessoal da farmácia, que foi suficientemente atencioso para nos avisar da falta.
Graças a este aviso, e por precaução, compramos algumas canetas de apidra a mais e estocamos em casa.

Para nossa desagradável constatação, realmente, desde o início do ano está faltando a insulina rápida apidra solostar 3 mL. Não encontramos em nenhuma farmácia, mesmo naquelas especializadas para diabéticos.

Resolvi então ligar para o 0800 do laboratório e pedir informações.
Fui informado que “por problemas técnicos”, a apidra com 3 mL estava em falta no mercado, e seria reposta no “início de 2012”.
Só não fiquei mais preocupado porque temos apidra suficiente para chegar até fevereiro, mas ficaram algumas dúvidas: como um grande laboratório deixa faltar no mercado um produto tão importante para o tratamento do diabetes? Que “problema técnico” é esse? Por que isso já ocorreu em anos anteriores no mesmo período?

Pessoalmente, reconheço a importância dos laboratórios na pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. Confesso que torço pelo sucesso deles e, inclusive, reconheço que eles merecem ser bem remunerados pelas soluções e produtos desenvolvidos. Mas, em contrapartida, gostaria que, em um momento como esse, houvesse maior transparência do laboratório, esclarecendo melhor o motivo desta falta, prestando ainda orientação com maior antecedência para aqueles que dependem de seus medicamentos. Acredito que se isso ocorresse, a imagem deles seria outra, e muita desconfiança terminaria.

Para nós, por enquanto, só resta torcer para que em fevereiro tudo volte ao normal.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

(Re)começo de ano


Essa história de ano novo tem algo bem positivo. Faz a gente refletir algumas questões práticas, ou até filosóficas, da vida. Nessa virada de ano eu só consegui ter um pensamento, ou desejo. Glicemias melhores? Controle mais disciplinado? Maior autonomia da Catarina? Não, nada disso. Eu só pensei em relaxar mais, ser mais calma, menos ansiosa, mais zen. Claro, isso é uma questão difícil para mim. Muitas coisas importantes dependem de mim, e a primeira delas são meus filhos. Se antes do diabetes eu já era acelerada, depois fiquei ainda mais. Não a hiperatividade física, sem paradeiro, da pessoa que não pára quieta na cadeira nem um minuto. Mas a agitação mental, adicionada das cobranças internas. Sim, minha lista é grande.

Depois de algumas mudanças na rotina familiar, como a chegada de um bebê, e o fato de optarmos por ficar com empregada só duas vezes na semana, acabei me ocupando mais com tarefas domésticas. E olha, elas tomam um tempão do nosso dia. Principalmente com dois filhos. Você acorda mergulhado em demandas, e vai dormir à meia noite sempre com muitas coisas por fazer. E ainda, algumas noites, sonha com elas. Como pesadelos de falta de ar, ou estar trancado, sem saída. Para algum lugar tem que escapar essa angústia, que bom que sonhamos.

Bem, não vim hoje falar dos meus conteúdos oníricos. Voltando à passagem de ano, eu queria dizer que nessa história de diabetes é preciso descansar, alternar, trocar, desligar, sair do ar. Por um tempo.
Mas como? Isso só é possível se tivermos ao nosso lado alguém que assuma o leme por um tempo.
Alguém que, enquanto você descansa, cuida do controle, tapa o furo, carrega a carga.

Claro que não me desliguei por completo. Até porque isso é impossível quando você tem um filho, ou qualquer pessoa na família com diabetes tipo 1. Não deixei de medir glicemias, de aplicar insulina, de contar carboidratos. O que eu fiz? Fiquei um bom tempo sem escrever no blog, não fiz anotações de glicemias, cho e unidades de insulina, não li nada a respeito do diabetes, não busquei novidades, não me encuquei. Eu precisava. Ainda bem que consegui.

Quando as coisas pesam a gente tem que parar por um tempo, refletir, pedir ajuda. É preciso dividir responsabilidades, tarefas, preocupações. A gente não dá conta de tudo sozinho sempre.
O mais legal disso é que o Ricardo assumiu com muita criatividade e dedicação. Produziu lindos posts. Além de dar grande força e apoio em casa.

E como 100% da humanidade eu também tenho desejos de ano novo.
Para 2012 : (desejar saúde, paz e sucesso pra mim não faz mais sentido)
que mães, pais e familiares, assim como eu, que cuidam e convivem com um filho com diabetes tipo 1 se permitam descansar alguns dias do ano.
Isso sim é entrar o ano com o pé direito.
Beijos, Simone.