segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bomba de Insulina: Nossa Experiência


Conforme o combinado, no sábado fomos ao consultório do endocrinologista para a instalação do SIC – Sistema de Infusão Contínua de Insulina, mais conhecido como bomba de insulina. Fomos orientados pela enfermeira que trabalha com o médico, e passamos a manhã de sábado nesta função.

Ocorreu tudo muito bem. A Catarina disse que a instalação, na barriginha dela, da cânula para infusão da insulina não doeu, e já saiu usando. Ao meio dia, já aplicamos a insulina para cobrir a alimentação pela bomba, e 2 horas depois o exame de glicose foi bom (130).

Fomos então para a primeira “prova de fogo”: um aniversário de uma colega da Catarina, em uma dessas casas de festas, com muitos brinquedos, entre eles cama elástica e até touro mecânico.

A Catarina pareceu brincar sem problemas, pulou muito na cama elástica, subiu e desceu em um tobogã inflável, escorregou e até rastejou em brinquedos da festa. No meio da brincadeira, chamamos ela para fazer o exame da glicemia e estava ótima (96).

Voltamos para casa, e como ela comeu doces (que a gente nunca sabe quanto de carboidrato tem), ao deitar a glicemia estava em 300. Resolvemos então aplicar duas doses de insulina, pensando em baixar para 200.

Na madrugada fizemos o exame recomendado pelo médico, e a glicemia estava em 150.

Na manhã de domingo, correria: a Catarina nos acordou reclamando de hipoglicemia. Estava 54. Ela então tomou café da manhã e passou (com as canetas também já tivemos episódios de hipo nesse mesmo horário).

No transcorrer da manhã, a Catarina então manifestou que não estava gostando de usar a bomba. Disse que não durmiu bem, e que não gostava de ter a bomba sempre pendurada nela. Relatou que na festa ficava o tempo inteiro cuidando da bomba.

Realmente, era a nossa grande dúvida como pais: como seria usar algo, permanente, que lembraria sempre do diabete, ainda mais para uma criança (as canetas de insulina, embora exijam várias aplicações durante o dia, são necessárias apenas alguns instantes, o que dá margem para se “esquecer” do diabete).

Por isso a importância do test drive, para o diabético sentir literalmente na pele como é usar a bomba.

Deixamos passar o dia, e ela manteve a decisão de retirar a bomba, preferindo voltar para as canetas de lantus e apidra.

Como é a Catarina que usa, só cabe a ela decidir se quer ou não usar. Como estamos bem adaptados ao outro controle, hoje estamos voltando para as canetas. Se um dia ela quiser voltar para a bomba, vamos tentar novamente.

4 comentários:

  1. É isso aí!!! Temos que respeitar as decisões de nossos filhos, afinal são eles quem usam os "instrumentos". O nosso grande papel é orientar e dar força da melhor maneira possível.
    Felicidades com a família.
    Abraços
    Silvia

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  2. Fico pensando se um dia não é muito pouco???
    Eles tem resistência mesmo ao novo, ainda mais numa festa...

    Eu conversaria com ela e tentaria ficar pelo menos uma semana.

    Mas vcs conhecem a filha que tem, né! Devem saber melhor. Vittoria também não dormiu bem no primeiro dia... e só no primeiro também... depois se virou, colocou ela dentro da calça e hoje dorme numa boa....

    Mas o teste drive tá aí pra isso mesmo....

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  3. Com o advento da insulina Lantus, que possibilita uma liberação gradual, sem picos e com duração de 24h, o uso de bombas de insulina é infinitamente pior. Fora isso, uma 'autografada' com a caneta no café, almoço e janta com a insulina Humalog torna a vida de um diabético extremamente normal. As insulinas de ação ultra-rápida permitem que o diabético possa inclusive comer sobremesas daquelas mais deliciosas tipo aquela Cinnamon Oblivion do outback.

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  4. Caro Coelho:
    Agradecemos pela sinceridade.
    A Catarina adorou suas palavras.
    Após ler o seu comentário, ela disse que até hoje sente como se algo estivesse "pendurado" nela.
    Acreditamos que, por enquanto, tomamos a decisão certa.
    Abraço

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