A última consulta com o endócrino da Catarina foi muito interessante, por vários aspectos.
Primeiro, como havíamos consultado com a nutricionista dias antes, dúvidas de alimentação não ocuparam nosso tempo. Isso foi muito bom.
Segundo, acertamos depois de alguns cálculos, as doses de insulina. A Catarina estava apresentando glicemias altas sem entendermos o motivo, pois calculávamos (CHO x UI) e não fechava duas horas depois. Bem, a basal permanece como estava.
Devemos observar por alguns dias a alimentação, e em alguns horários como o café calcular 12g de CHO/1UI. No almoço e janta ficamos com 15g de CHO/1UI. No lanche da escola varia conforme as atividades físicas ou tipo de alimentação.
Antes ela estava fazendo 15g de CHO/1UI no café e 20g de CHO/1UI no almoço e janta.
Então a partir destas mudanças vamos observando, ajustando, calculando, coisas que nós pais já estamos acostumados, mas sempre é uma retomada com o crescimento dos filhos.
O mais importante de tudo é continuar observando como o corpo da Catarina reage aos alimentos e tentar mesclar, fibras, proteínas e carboidratos. A nutricionista deu dicas boas para colocar mais fibras nas refeições. Coisa que já sabíamos, mas com o tempo vamos relaxando. (meta para esse ano: ir uma vez por mês na nutricionista).
Terceiro, a gente acaba fazendo um pouco de terapia com o médico, sim porque a gente precisa falar e repetir o que já sabia, pedir mais explicações, retomar dúvidas, e como não bastasse, falar do futuro da medicina em relação ao diabetes. Nesse momento sempre surge o tópico “cura”. Novas pesquisas, novas descobertas, o que há de novo sendo testado, enfim.
O que foi interessante dessa vez, pra mim é claro, é que o médico da Catarina foi categórico e disse: "a diabetes já tem cura, e o nome dela é insulina".
Por alguns segundos eu fiquei paralisada, digerindo aquela informação.
Aos poucos fui compreendendo o que ele tinha dito.Sim a insulina está aí, graças ao estudo e dedicação de dois grandes homens que receberam o prêmio Nobel de medicina de 1923: Macleod e Bantting.
Realmente ele tinha razão. Sem insulina minha filha não poderia ir ao colégio, brincar, pensar, caminhar, viver.
Sempre estaremos angustiados, sobrecarregados, exaustos, correndo atrás do prejuízo (uma hiper ou hipo que nos diga), mas nossos filhos estão aí, vivendo e muitas vezes mais saudáveis que muita criança sem diabetes, que se empanturra de gordura trans e açúcar.
O nosso querido endócrino ainda nos mostrou uma foto do paciente que recebeu a primeira dose de insulina. Leonard Thompson, era o nome dele.
E até agora não me sai da cabeça a expressão do rosto da mãe segurando seu filho no colo, uma criança em sofrimento. Ao lado a foto da mesma criança meses depois do tratamento da insulina.
Realmente me convenceu, a cura já está aí.
Tudo depende de como encaramos.
Quem quer olhar a foto aqui está o link: http://www.marguitos.kit.net/saude/diabetes.html#caracterizacao
Abraço, Simone.